Abril em Paris respira arte e design por todos os lados

Highlights da Art Paris

No comecinho de abril, Paris se transforma num território vibrante de arte e design. É quando acontecem duas feiras importantes — a Art Paris e a PAD Paris — e eu tive a sorte de visitar as duas, em dias diferentes. A experiência foi riquíssima e queria compartilhar um pouco do que vi, senti e pensei por lá.

A Art Paris 2025 ocupou o recém-reaberto Grand Palais, um dos espaços mais incríveis da cidade, com sua luz natural e imponência. Eram 170 galerias de 25 países, com uma programação generosa: exposições individuais, instalações enormes, um setor para jovens galerias (Promises) e uma área dedicada ao design com curadoria do Le FRENCH DESIGN. Essa parte, embora interessante, ficou um pouco espremida. Faltou fôlego para que as peças respirassem naquele espaço monumental.

Mas uma coisa que me encantou foi a atmosfera mais fluida da feira. Diferente de outras gigantes como a Art Basel, a Art Paris tem um ritmo mais leve, menos institucional. Tem galerias de todos os tamanhos, de muitas partes do mundo, e essa variedade se reflete tanto na diversidade dos artistas quanto nos preços das obras. Tudo parece mais próximo, mais acessível — do público, dos artistas, da gente.

Já a PAD Paris aconteceu no Jardin des Tuileries e foi como entrar num outro universo: menor, mais contido, mais voltado ao design colecionável e à alta decoração. A curadoria é apurada, o olhar é mais calmo, mais atento. Me chamou muito a atenção o estande da galeria Brazil Modernist, que fez um diálogo lindo entre nomes consagrados do modernismo brasileiro como Joaquim Tenreiro e Jorge Zalszupin, e designers contemporâneos como André Ferri (coleção Seres), Tiago Braga do Oiamo Atelier (Arandu Estelar), Alva Studio (Banco Amparo, Espelho Oco – Ojo) e Nicole & Luiza Toldi com suas cerâmicas da coleção Erosão.

Também gostei muito de ver a Opera Gallery toda dedicada ao Ron Arad, sempre provocador, e a Remix Gallery, que veio do Marché aux Puces de Saint-Ouen com um recorte delicioso do design dos anos 80Starck, Mendini, Christian Duc… pura memória estética.

Abril em Paris pulsa arte. E não só nas feiras. A cidade respira isso nas conversas, nos encontros inesperados, nas visitas a ateliês, nas vitrines, nos cafés. Uma efervescência que me faz lembrar por que gosto tanto de viver e pensar arte aqui. Se tiverem a chance de vir nesse período, recomendo com entusiasmo. E, claro, depois me contem o que viram por aí.

Highlights do PAD

Anterior
Anterior

Giulio Carlo Argan e a construção do olhar moderno

Próximo
Próximo

O Olhar sobre o Outro: Manet e Degas