O escultor que moldou o Modernismo Brasileiro
A Bailarina, 1920. Escultura de Victor Brecheret vandalizada na Câmara dos Deputados
Monumento às Bandeiras, 1953. Escultura de Victor Brecheret
No post anterior falei sobre Di Cavalcanti e um pouco sobre os modernistas da Semana de Arte Moderna de 1922. Então, pra gente continuar nessa conversa resolvi falar um pouco sobre o escultor Victor Brecheret, cuja obra “A Bailarina” na Câmara dos Deputados foi achada e recuperada (ufa!) depois dos ataques em Brasília.
Victor Brecheret, nascido Vittorio Breheret (Farnese, 15 de dezembro de 1894 - São Paulo, 17 de dezembro de 1955) foi um dos maiores escultores brasileiros e um dos representantes mais importantes do Modernismo. Chegou à São Paulo da Itália em 1904, depois de ter ficado órfão de sua mãe. Foi criado por sua tia materna que logo cedo percebeu a habilidade e interesse do sobrinho que preferia ficar modelando figuras de barro à escola. Trabalhou desde criança como vendedor em uma loja de calçados e frequentou o Liceu de Artes e Ofícios.
Seu trabalho passou por diferentes fases artísticas. Começando com a clássica figuração, se encaminhou para a abstração – a partir de processos de simplificação e transfiguração – e posteriormente a uma imagética da cultura indígena brasileira. Sua base artística foi construída entre Europa e Brasil.
Por incentivo dos professores do Liceu, voltou à Itália em 1913 para estudar escultura em Roma. Com o escultor Arturo Dazzi, Brecheret teve uma formação técnica atrelada à tradição clássica da escultura de Michelangelo e o naturalismo de Auguste Rodin.
Em 1919 regressa ao Brasil, e sem contato com os artistas brasileiros, se fecha em seu trabalho, tendo um ano de enorme produção. Acabou sendo descoberto pelos críticos e pelos artistas modernistas, que viam sua arte como algo novo, antiacadêmico e diferente do que era usualmente produzido na cena paulista. Brecheret foi convertido em estandarte do movimento modernista brasileiro e se relacionou com Di Cavalcanti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia, com quem participou da introdução do pensamento vanguardista no Brasil. Depois disso ele ainda viveu 15 anos em Paris, dividi-vos em duas temporadas onde viu de perto as vanguardas artísticas, como o Cubismo, explodirem depois da Primeira Guerra Mundial.
Suas obras mais conhecidas são o hoje controverso “Monumento às Bandeiras”, na entrada do Parque Ibirapuera, em São Paulo; “Carregadora de Perfume”, no Parque da Luz e agora famosa “A Bailarina”, concebida no período parisiense. Brecheret recebeu em 1951 recebeu o primeiro Prêmio de Escultura Nacional da Primeira Bienal de São Paulo com a obra O Índio e a Suaçuapara.